Chateia-me e pronto!

Chateia-me quando o hábito me aprisiona, quando sinto que alguém já se entranhou tanto no meu dia-a-dia que já não faz parte dele por motivo nenhum em especial a não ser pelo facto de se ter tornado um hábito aquela pessoa existir na minha vida... como se a convivência assumisse uma espécie de obrigação!
Uma obrigação de falar, de ser simpática, de me preocupar, de manter o contacto, de estar presente e blá-blá-blá!

Chateia-me
muito quando sinto que aquela pessoa faz parte de uma mobília gasta e cansada, que ocupa um espaço que já não devia ser dela e, no entanto, continua ali, completamente estéril mas duradoura, sem ceder às evidências de que já não se enquadra mas sem ceder e abandonar a posição!


Chateia-me ainda mais
quando não tenho a coragem e dureza de espírito para me afastar ou, no caso de isso não ser suficiente, jogar duro e afastar essa pessoa da minha vida, intima-la a sair e interditar permanentemente a sua entrada de volta!


Acima de tudo chateiam-me
a inércia e o comodismo que, por vezes, me levam a deixar algumas pessoas acompanharem-me nesta estrada que seguimos pela vida e que, sem dar por isso, vão tornando certos troços da viagem demasiado longos e penosos... até que chegue um dia em que seja obrigada a parar, dizer basta e continuar sozinha mas acompanhada com quem me aquece sempre o coração e com lugar na bagagem para quem por mim se for cruzando... mas caminhe na mesma direcção...

Sem comentários:

Enviar um comentário