Encontros e desencontros

Hoje vi um rapaz que foi meu coleguinha de turma no básico e que veio também a frequentar o mesmo liceu que eu! Resumindo: partilhamos uma grande proximidade durante mais de 6 anos e cada um viu o outro passar de criança a homem/mulher!


Lembro-me, quando tínhamos cerca de 16 anos, dele ter uma paixoneta por mim... daquelas românticas até mais não... escrever cartas a declarar todo o seu "profundo e eterno amor" e de as entregar com pressa nos intervalos, quase, quase de fugida... de me dedicar uma música no festival da canção do liceu... de me oferecer uma rosa... e até de me comprar um anelito numa viagem de estudo qualquer a que fomos...

Lembro-me ainda melhor de detestar tudo isto, de ficar super embaraçada e com uma vergonha capaz de me enfiar num buraco para não mais de lá sair e, acima de tudo de nunca sentido qualquer interesse por ele... nesta época!!!

No terceiro ano de faculdade encontrei-o numa festa... pura casualidade... e ia-me dando uma coisa!! O raio do moço estava giro que se fartava, muito seguro de si e um charme que nunca mais acabava...

Escusado será dizer que fiquei pelo beicinho... e não tenho dúvidas de que se, naquela altura, ele tivesse batido à janela... eu ter-lhe-ia aberto a porta!

Andei ali uns tempos a lembrar-me dele... a pensar onde estava com a cabeça à uns anos atrás que não tinha sido capaz de ver mais longe e de perceber o rapaz fabuloso que ali estava!

Entretanto nunca mais o voltei a ver e, por consequência, nunca mais o dito me assaltou a paz de espírito!


Hoje vi-o novamente!
Hoje, voltei ao estádio 1!
Hoje pensei outra vez: onde raio estava eu com a cabeça quando achei esta pessoa interessante?!

São paixões e paixonetas... e são todas tão aleatórias como os meus encontros e desencontros com este rapaz!

Isto fez-me pensar que, existe todo um universo abstracto de pessoas que podem ser as pessoas certas para nós e que qualquer dessas pessoas pode, a certa altura das nossas vidas, vir a ser aquela pessoa...

Só depende se a encontramos no momento em que estamos dispostos a abrir uma porta e ela no momento em que está disposta a entrar...

E no fundo
(mas nem assim tão fundo) uma amizade genuína... um grande amor... uma união feliz... pode resumir-se a isto: um encontro de dois momentos!


E quando esse encontro acontece... não temos o direito de o negarmos a nós mesmos, de o deixar escapar ou simplesmente chegarmos tarde... perder a hora... porque é algo tão raro que é imperdoável não o agarrarmos com todas as nossas forças!

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